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BIOGRAFIA

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Leônidas de Mello Deane

Nasceu a 18 de março de 1914, em Belém do Pará. Formou-se pela Faculdade de Medicina do Pará, em 1935. De 1930 a 1935, trabalhou no laboratório de análises clínicas da Santa Casa de Misericórdia, em Belém, sob a orientação de Antônio Acatauaçu Nunes Filho.

Com a criação do Instituto de Patologia Experimental do Norte (IPEN) , em 1936, foi trabalhar com Evandro Chagas em pesquisas sobre doença de Chagas e febre amarela. Trabalhou no laboratório do Serviço de Malária do Nordeste, em 1938, na campanha contra o Anopheles gambiae, sob a orientação de Marshal Barber.

No ano seguinte, participou das atividades do Serviço de Demarcação de Limites do Anopheles gambiae e, em 1940, trabalhou na sede do Serviço de Malária da zona rural de Aracati (CE), desenvolvendo estudos sobre a ecologia do Anopheles gambiae, que resultaram num artigo publicado na revista American Tropical Medicine, editada nos Estados Unidos.

Com o fim da campanha do Serviço de Malária, em 1942, voltou para o Instituto Evandro Chagas, antigo IPEN, engajando-se no Serviço Especial de Saúde Pública (SESP). Nesse mesmo ano, foi para os Estados Unidos fazer o curso de mestrado em saúde pública da Universidade Johns Hopkins e a especialização em entomologia na Universidade de Michigan. Após concluir o mestrado, em 1944, voltou ao Brasil para trabalhar no Instituto de Malariologia do Rio de Janeiro, como chefe da Divisão de Malária.

Em 1953, a convite de Samuel Pessoa, foi lecionar na Faculdade de Medicina de São Paulo. Recebeu o Prêmio Oswaldo Cruz, em 1955, por sua dedicação à pesquisa sobre o calazar no Ceará.

Durante 1964 fez várias viagens ao redor do mundo, pesquisando a malária em macacos e sua relação com a malária humana. Esse trabalho foi interrompido com o fechamento do Departamento de Parasitologia da Faculdade de Medicina de São Paulo, devido a perseguições políticas sofridas após o golpe militar. Nessa época, Leônidas Deane foi designado especialista em doenças parasitárias da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O exílio de sua filha Maria Luiza obrigou-o a trabalhar no Instituto de Medicina Tropical de Lisboa, em 1975. Logo depois, transferiu-se para a Venezuela, onde permaneceu até 1979 trabalhando como professor visitante de parasitologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Carabobo.

A convite de José Rodrigues Coura, então vice-presidente de pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), retornou ao Brasil para desenvolver estudos sobre malária. Ingressou nesta instituição como pesquisador titular e chefe do Departamento de Entomologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Em 1990, aposentou-se compulsoriamente, mas continuou desenvolvendo suas atividades como chefe do Laboratório de Transmissores de Hematozoários até vir a falecer em 30 de janeiro de 1993.



Fim