BIOGRAFIA
VoltarLuis de Morais
Como engenheiro e arquiteto, as maiores realizações na vida de Luiz de Morais Junior se deram através de Oswaldo Cruz, que o conheceu em uma de suas viagens pelo trem da Leopoldina, em 1902 e lhe proporcionou experiência num campo muito especializado da construção civil: o sanitário, hospitalar e laboratorial. A Morais, deve-se não somente o conjunto arquitetônico histórico, mas todas as instalações projetadas ou reformadas com intuito de modernizar os serviços de saúde pública no Rio de Janeiro.
As informações disponíveis sobre sua vida são muito poucas. Sabe-se que ele nasceu em 28 de janeiro de 1868, em Portugal, graduou-se em engenharia em Lisboa e iniciou sua carreira profissional como engenheiro ferroviário. Em 1900, veio para o Brasil, a convite do vigário geral da Igreja da Penha, padre Ricardo, para o embelezamento externo da Igreja. Mais tarde, em 1907, voltou a fazer obras no local, desta vez no interior da Igreja.
Entre 1903 e 1907, além de seu trabalho em Manguinhos, Morais esteve a serviço da Congregação Beneditina, que promovia a recuperação e a ocupação física de seus mosteiros no Rio de Janeiro. Nesta mesma época, também trabalhou como engenheiro fiscal do mosteiro localizado no Alto da Boa Vista, que servia de refúgio para monges europeus durante o verão.
Mas foram as obras que constituem o conjunto arquitetônico histórico que lhe abriram as portas para a sociedade, facilitando inclusive o seu trabalho na comunidade médica. Luiz de Morais assinou projetos de grande importância, como a Policlínica, na Avenida Central, e a Faculdade de Medicina, na Praia Vermelha.
No começo dos anos 20, após a morte de Oswaldo Cruz, projetou e realizou suas últimas obras em Manguinhos, já na gestão de Carlos Chagas. Entre 1923 e 1927, trabalhou para a Beneficência Portuguesa, onde construiu o Pavilhão Visconde de Morais.
Nesta época, sabe-se, também, que se dedicou à construção de residências, mas são poucas as obras identificadas como de sua autoria. Com exceção da residência particular de Oswaldo Cruz, na Praia de Botafogo, já demolida, o Rio Hotel, na Praça Tiradentes, ainda de pé, da sua própria casa em Petrópolis, do prédio da Tribuna de Petrópolis, e o Grande Hotel, quase todos os projetos realizados por ele se perderam.
Durante os anos 30, Luiz de Morais realizou seu último trabalho marcante. Foi diretor da empresa à qual o Prefeito Pedro Ernesto entregou a construção da rede hospitalar pública da cidade. O construtor de Manguinhos faleceu em 15 de julho de 1955, com 87 anos de idade.