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BIOGRAFIA

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Antoine Laurent Lavoisier

Nasceu em 26 de agosto de 1743 em Paris e faleceu em 08 de Maio de 1794, também em Paris. Considerado o pai da Química, Antoine Lavoisier foi o primeiro a observar que o oxigênio, em contato com uma substância inflamável, produz a combustão. Deduziu, também, baseando-se em reações químicas, a célebre lei da conservação da matéria: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma" .Com outros estudiosos, Lavoisier tentou ainda encontrar uma linguagem própria para a química. 

Em 1773, colocou um metal dentro de um vaso, fechou-o hermeticamente e, por pesagem, determinou-lhe a massa. Depois, levou-o a um forno de alta temperatura, e em seguida pesou-o novamente. Não houvera alteração de massa, apesar de o metal ter-se combinado com o oxigênio do ar, formando um óxido. 

Repetiu a experiência muitas vezes, provocou outras reações, medindo sempre com balanças a massa das substâncias a serem testadas, e a massa dos produtos obtidos. Concluiu que a massa das substâncias que entram numa reação química é sempre igual à das substâncias que resultam do processo. Nada se perde e nada se cria. Estava estabelecido o Princípio da Conservação da Massa. 

Muito mais tarde, em 1905, Einstein mostrou que a energia possui, como a matéria, a propriedade da inércia ou massa. Conforme concluíra Lavoisier, ao nível das reações químicas a matéria não desaparece: apenas se transforma. 

Filho de um rico negociante, estudou no colégio Mazarin, iniciando-se depois em matemática e astronomia, química e física experimental. A essa formação acrescentaram-se estudos de botânica e geologia, concluídos em 1764. Quatro anos mais tarde ingressava na “Académie des Sciences”: esta o havia distinguido com um prêmio (1766) por seu trabalho "Mémoire sur le meilleur système d'éclairage de Paris" (Relatório sobre o melhor sistema de iluminação de Paris). 

Em 1779, tornou-se coletor de impostos e foi nomeado inspetor geral das pólvoras e salitres, ao mesmo tempo em que se dedicava a algumas de suas experiências químicas mais notáveis. Membro da comissão de agricultura, de 1785 a 1787, aplicou-se ao estudo dos problemas de economia e da química agrícolas, e em 1789 era eleito deputado suplente aos Estados Gerais, integrando, no ano seguinte, a comissão para o estabelecimento do novo sistema de medidas. 

Ao jovem Antoine Laurent de Lavoisier cabe o mérito da introdução do novo método na experimentação química. Gênio versátil, filho de rica família, Lavoisier cedo ficaria órfão de mãe. O pai e a tia, que o educaram, preferiam que ele estudasse Direito, e o encaminharam ao Colégio Mazzarino. Ao passar para a universidade, o interesse pela ciência prevaleceu. Era o começo de uma revolução dos métodos científicos. 

Um problema que fascinava os pesquisadores da época era a entidade que participaria das reações de combustão. Invocava-se uma substância hipotética - o flogístico - para explicar muitas reações químicas cujo mecanismo não era ainda claro. Apesar de sua constante citação e da alta responsabilidade que lhe atribuíam, ninguém conseguiu isolar essa entidade despida de todo caráter científico. 

No século XVIII, a química encontrava-se em plena transição para o quantitativo. Ao mesmo tempo, o grande número de novas descobertas, exigia uma nomenclatura funcional e generalizada. Um sistema prático de notação tornou-se, portanto, fator essencial para seu progresso. Era comum, na época, o emprego de nomes estranhos e complicados, como "algarote", "manteiga de arsênico", "água fagedênica", "óleo de tártaro por desfalecimento", "flores de zinco", cuja única função parecia ser confundir os químicos. 

Lavoisier foi um dos primeiros a chamar a atenção para o problema. "É necessário grande hábito e muita memória para nos lembrarmos das substâncias que os nomes exprimem e sobre tudo, para reconhecer a que gênero de combinações pertencem", escreveu no Tratado Elementar de Química. 

Em 1787, Lavoisier, juntamente com outros químicos como Berthollet, Fourcroy e Guyton de Morveau, iniciou o trabalho de elaboração de uma nomenclatura mais racional. 

No final do século XVIII, Lavoisier concluía que a quantidade de calor necessária para decompor uma substância é igual àquela liberada durante sua formação. Iniciava-se, dessa maneira, novo capítulo da físico-química, que estuda os calores de reação e fenômenos com eles relacionados. 

Laviosier descobriu a função do oxigênio na respiração, nas oxidações, nas reações químicas e foi também quem propôs o seu atual nome. Indicou o oxigênio como um dos constituintes do ar. Em 1781, ele o indica como o responsável pelo processo de combustão e da respiração. 

Por volta de 1774, realizava experiências sobre a combustão e a calcinação de substâncias. E observava que, dessas reações, sempre resultavam óxidos cujo peso era maior que o das substâncias originalmente usadas. Informado sobre as características do gás que ativava a queima de outras substâncias, passou a fazer experiências com o mesmo e acabou por deduzir que a combustão e a calcinação nada mais eram que o resultado da combinação do gás com as outras substâncias. E que o peso aumentado dos compostos resultantes correspondia ao peso da substância inicialmente empregada, mais o do gás a ela incorporado através da reação. 

Dessa constatação, Lavoisier extraiu o seu princípio, hoje muito conhecido: "Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma" e deu ao elemento o nome de oxigênio, ou seja, gerador de ácidos. 

Aos 22 anos, Lavoisier obtinha sua primeira conquista, apresentando à Academia de Ciências um projeto para a iluminação das ruas de Paris. Uma medalha de ouro - a primeira de sua carreira - premiava o projeto, julgado interessantíssimo. 

Nova medalha premia os trabalhos de Antoine Laurent pela colaboração em um atlas geográfico da França. Outros estudos para a Academia e experiências com gesso garantem-lhe novas honras. Em 1768, com apenas 25 anos, era eleito e empossado membro da Academia de Ciências. 

Decidiu-se Lavoisier por um expediente rendoso, mas que lhe viria a custar à vida: comprou ações da Ferme Générale, uma sociedade que tinha o direito de cobrar os impostos. A renda que tais ações lhe davam - apenas uma cota fixa era para o rei, o resto ficava para a cobrança e lucro dos acionistas - permitia uma vida de luxo e boas amizades. Mas dirigia contra ele e os demais acionistas o ódio do povo. 

Nesse mundo confortável conheceu Jacques Paul Chastelnelles e sua filha Marie Anne, de quatorze anos, que se tornou sua esposa. Ela ajudava o marido preparando traduções e desenhos para as memórias científicas, que ele redigia como conclusão de seus estudos. Era uma união feliz. Mas, com a Revolução Francesa, o ódio do povo contra os membros da Ferme Générale se concretizou: nem Lavoisier escapou à guilhotina. 

Em 1789 duas grandes mudanças atingem a história e a química. Lavoisier lança seu Tratado Elementar de Química, apresentando pela primeira vez a nomenclatura moderna, longe da obscura linguagem tão cara à alquimia; e a história toma novos rumos, com a Revolução Francesa. 

Lavoisier era um trabalhador incansável. Ainda muito jovem, passava dias e noites junto aos fornos (não havia ainda a chama de gás para experiências químicas), quando se alimentava somente de pão e leite. Com freqüência, suas pesquisas eram interrompidas por solicitações do Governo, que o desviavam para problemas de interesse imediato. Foi nomeado controlador das munições, o que o estimulou a estudar importante processo industrial. Até então a pólvora para a guerra era fabricada com salitre raspado das paredes das adegas e, a julgar pelas guerras que ajudou a ganhar, é de se supor que esse suprimento, embora primitivo, fosse satisfatório. Lavoisier descobriu o modo de sintetizar o salitre e desenvolveu o processo industrial necessário para assegurar o abastecimento do produto independente do fenômeno natural. Ao mesmo tempo, isto abolia o motivo que outorgara ao Estado o direito de revistar as adegas dos franceses. Ao tomar posse da direção geral do serviço das pólvoras, que lhe reservara um laboratório no arsenal, uma explosão destruiu o paiol de pólvora. Por pouco Lavoisier e Marie Anne escaparam. 

Todos os benefícios prestados ao Estado, entretanto, diluíram-se no caos da Revolução. Os membros da Ferme Générale estavam entre os primeiros da lista de "inimigos do povo", acusados de peculato e presos por não terem prestado contas de suas atividades. E Marat - que fora recusado por Lavoisier na eleição para a Academia de Ciências - vingava-se dissolvendo as sociedades científicas. Os cientistas de toda a Europa, temendo pela vida de Lavoisier, enviaram uma petição aos juízes para que o poupassem em respeito a seu valor científico. Coffinhal, presidente do tribunal, recusou o pedido . A acusação, assim, passou de peculato para traição e Lavoisier foi guilhotinado a 08 de Maio de 1794, aos 51 anos.





Fim